Ser
professor universitário é ter o domínio de uma determinada área e também da
área pedagógica, para que aconteça o ensino de uma matéria de estudo da melhor maneira
possível, para o aluno.
A construção da identidade do professor
universitário se dá através do ensino e da pesquisa, nas universidades,
vinculados a suas práticas acadêmicas
(como aluno, pesquisador), a sua prática pedagógica escolar e sua história de
vida, bem como sua relações sócio históricas
a qual está sujeita a mudanças. Muitas vezes, de forma errônea, a
formação do professor parte da observação de outros professores, e estes passam
a reproduzir modelos de professorados inadequados, que acabam se perpetuando,
trazendo como consequência uma deficiente ensinagem para os alunos.
Ser
esse profissional é um desafio constante, uma vez que os cursos superiores
volta-se mais para a formação de profissionais especializados em uma determinada
área seguindo um modelo técnico, e a pós-graduação volta-se mais para a
formação de um pesquisador, com isto a formação docente apresenta-se dividida entre
ensino e pesquisa, que por sua vez exige diferentes métodos, sendo a pesquisa
supervalorizada, esquecendo-se de que a docência exige além do conhecimento específico, o domínio do
método de ensino, que deve ser voltado para o ensino-aprendizagem do aluno e
não apenas uma transmissão de conhecimento. Com isto, um ótimo pesquisador não
será necessariamente um bom professor.
A
formação docente ocorre nos cursos superiores (formação inicial) como já
mencionado, mas também conta com o apoio de programas, como por exemplo o PAE
(Programa de Aperfeiçoamento de Ensino), que vem a dar suporte a carência de
conhecimentos pedagógicos, o qual, deve o professor ir em busca (formação
continuada), dentre outros.
Além
dos conhecimentos já mencionados, este profissional deve possuir flexibilidade,
auto-crítica e estar aberto a mudanças tecnológicas a seu favor, desenvolvendo em sua prática pedagógica: o conhecimento de sua área (pela
aquisição, elaboração e organização de conhecimentos), o aspecto
afetivo-emocional (que envolve o conhecimento de si próprio, dos limites,
potencialidades e etc), as habilidades (o trabalho em equipe,
comunicação, uso de tecnologias etc), e atitudes e valores, que por sua vez, vem sendo colocados como intocáveis,
já que muitos professores se esquivam de trabalhar essa área.
Contudo,
o professor universitário deve entender que a construção da sua identidade deve
abranger diferentes saberes, como: os saberes profissional, que está relacionado aos saberes transmitidos
pelas instituições e prática pedagógica; o saber disciplinar que é produzido
pelos pesquisadores e cientistas; e o saber curricular, como conteúdos e métodos a serem utilizados na sua prática docente. E diante disto, percebe-se que o professor
estar inserido em um quadro complexo, que lhe exige muito mais do
que é lhe dado. Fazendo-se necessário um
repensar sobre qual é o papel da educação nos cursos superiores, e melhorar a
formação destes profissionais para que estes,
formem melhores profissionais professores.
Referências
FARIAS, I. M. et al. Didática e docência: aprendendo a profissão.
Brasília: Liber, 2009.
FREIRE, P.. Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
MASETTO, M. T. Professor universitário: um profissional da educação na
atividade docente. In: MASETTO, M. T. (org). Docência na universidade. Campina: Papirus, 1998.
PIMENTA, S. G. A profissão professor universitário: processo de
construção da identidade. In: CUNHA, M. I. Docência universitária:
profissionalização e práticas educativas. Feira de Santana: UEFS Editora, 2009.
RAMOS, K. M. Reconfigurar a personalidade docente universitária: um
olhar sobre ações de atualização pedagógico-didática. Porto: Universidade do
Porto, 2010.
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