terça-feira, 22 de maio de 2012

Texto reflexivo: O professor no ensino superior


Ser professor universitário é ter o domínio de uma determinada área e também da área pedagógica, para que aconteça o ensino de uma matéria de estudo da melhor maneira possível, para o aluno.
 A construção da identidade do professor universitário se dá através do ensino e da pesquisa, nas universidades, vinculados a suas  práticas acadêmicas (como aluno, pesquisador), a sua prática pedagógica escolar e sua história de vida, bem como sua relações sócio históricas  a qual está sujeita a mudanças. Muitas vezes, de forma errônea, a formação do professor parte da observação de outros professores, e estes passam a reproduzir modelos de professorados inadequados, que acabam se perpetuando, trazendo como consequência uma deficiente ensinagem para os alunos.
Ser esse profissional é um desafio constante, uma vez que os cursos superiores volta-se mais para a formação de profissionais especializados em uma determinada área seguindo um modelo técnico, e a pós-graduação volta-se mais para a formação de um pesquisador, com isto a formação docente apresenta-se dividida entre ensino e pesquisa, que por sua vez exige diferentes métodos, sendo a pesquisa supervalorizada, esquecendo-se de que a docência exige  além do conhecimento específico, o domínio do método de ensino, que deve ser voltado para o ensino-aprendizagem do aluno e não apenas uma transmissão de conhecimento. Com isto, um ótimo pesquisador não será necessariamente um bom professor.
A formação docente ocorre nos cursos superiores (formação inicial) como já mencionado, mas também conta com o apoio de programas, como por exemplo o PAE (Programa de Aperfeiçoamento de Ensino), que vem a dar suporte a carência de conhecimentos pedagógicos, o qual, deve o professor ir em busca (formação continuada), dentre outros.
Além dos conhecimentos já mencionados, este profissional deve possuir flexibilidade, auto-crítica e estar aberto a mudanças tecnológicas a seu favor, desenvolvendo em sua prática pedagógica: o conhecimento de sua área (pela aquisição, elaboração e organização de conhecimentos), o aspecto afetivo-emocional (que envolve o conhecimento de si próprio, dos limites, potencialidades e etc), as habilidades (o trabalho em equipe, comunicação, uso de tecnologias etc), e atitudes e valores, que por sua vez, vem sendo colocados como intocáveis, já que muitos professores se esquivam de trabalhar essa área.
Contudo, o professor universitário deve entender que a construção da sua identidade deve abranger diferentes saberes, como: os saberes profissional, que está relacionado aos saberes transmitidos pelas instituições e prática pedagógica; o saber disciplinar que é produzido pelos pesquisadores e cientistas; e o saber curricular, como conteúdos e métodos a serem utilizados na sua prática docente. E diante disto, percebe-se que o professor estar inserido em um quadro complexo, que lhe exige muito mais do que  é lhe dado. Fazendo-se necessário um repensar sobre qual é o papel da educação nos cursos superiores, e melhorar a formação destes profissionais  para que estes, formem melhores profissionais professores.


Referências
FARIAS, I. M. et al. Didática e docência: aprendendo a profissão. Brasília: Liber, 2009.
FREIRE, P.. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MASETTO, M. T. Professor universitário: um profissional da educação na atividade docente. In: MASETTO, M. T. (org). Docência na universidade. Campina: Papirus, 1998.
PIMENTA, S. G. A profissão professor universitário: processo de construção da identidade. In: CUNHA, M. I. Docência universitária: profissionalização e práticas educativas. Feira de Santana: UEFS Editora, 2009.
RAMOS, K. M. Reconfigurar a personalidade docente universitária: um olhar sobre ações de atualização pedagógico-didática. Porto: Universidade do Porto, 2010.

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